28 novembro 2007

O valor da dependência

O valor da dependência

autor: Jonathan Menezes


Uma das prerrogativas de todo discípulo de Jesus, dentre as mais fundamentais é a dependência Dele, representada em João 15:5, pelo verbo “permanecer”, utilizado sistematicamente pelo próprio Jesus em todo este capítulo. Esta dependência tem sido pouco valorizada entre os cristãos. Ao dizer isto me reporto ao fato – ainda que relativo e subjetivo – de que dia após dia, ano após ano, os planos, metas e sonhos que fazemos e temos, parecem incluir diversas coisas que julgamos importantes (e de fato algumas são, outras nem tanto), mas que apenas levemente chegam a incluir Deus – de quem dependem todas as coisas que são e acontecem –, exceto nos momentos em que nosso lado interesseiro e utilitarista vem à tona, momentos em que se faz mister a presença de Deus, pois a Ele cabe, neste caso, atender nossos desejos, suprir nossas carências, intervir em nossos problemas. Desta forma, o valor da presença (ou ausência) de Deus em nossas vidas, torna-se tão relativo e descartável quanto a nossa (quase sempre desgastada) dependência em relação a Ele.Não obstante, esta mesma relação é super fundamental, visto que, sem Ele, “nada podemos fazer”. É simples assim e, ao mesmo tempo, complicado, pois tal afirmação implica em uma condição: tem de permanecer em Jesus, dependendo Dele, para que se produza “muito fruto”, com a finalidade de dignificá-lo e glorificá-lo, a “Videira Verdadeira”. Nada poderia ser mais lógico: Ele é a videira, nós (seus discípulos), somos os ramos. Ora, se os ramos só produzem frutos na videira, a qual fornece a “seiva” necessária para tal feito, logo, estes frutos não podem ser resultado de uma produção independente da videira, que é Jesus, e naturalmente só poderiam ter como fim maior a Glória Dele mesmo. O valor da dependência de Deus nasce de um reconhecimento sincero, da nossa parte, de que tudo é Graça, de que nada acontece se não pela Graça, e que, fora da Graça, as coisas que existem, bem como nossos projetos e realizações de vida, sejam eles quais forem, perdem seu valor original, e são todos falidos, pelo menos aos olhos de Deus. A Graça de Deus não é banal, nunca foi, nem nunca será. Jesus pagou um alto preço naquela cruz para que hoje pudéssemos viver este “tempo da Graça”. Portanto, não desperdicemos tanta energia pensando e agindo como se fôssemos auto-suficientes, como se não dependêssemos de Deus e nem de ninguém, pois isto é um grande equívoco e as conseqüências deste equívoco inevitavelmente virão à tona sem dó e nem piedade. Coloquemos, sim, humildemente e em amor, nossos planos e sonhos, para este novo ano e para os próximos que hão de vir, aos pés Dele, que, por sua infinita Graça e amor, nos faz “tanto o querer como o realizar”.

Nenhum comentário: