24 junho 2010

Aproveitando o clima de Copa do Mundo...


Ainda existem pessoas e entidades interessadas em fazer o bem para a humanidade. Se você acha que que isso é limitado apenas à igreja e ONGs, leia essa matéria.

No ano de seu centenário, o Saint Pauli, um dos clubes mais populares da Alemanha, retorna à primeira divisão do futebol alemão empunhando sua bandeira contra o racismo, a super-exploração do futebol, além de defender causas humanitárias, ambientais e políticas.

Fundado em 1910, o clube da Zona Portuária de Hamburgo se tornou um ícone da esquerda nos anos 80 ao se tornar o primeiro clube do mundo a colocar em seus estatutos cláusulas contra o racismo, o fascismo, a homofobia, o machismo e qualquer outro tipo de discriminações. Nos anos 90, o clube passou a se identificar com os movimentos anti-globalização.

O presidente do clube alemão não é nenhum milionário ou executivo. Corny Littmann, homossexual assumido, é diretor teatral, e participa intensamente da vida cultural da cidade. Com mais de 500 mil fãs clubes espalhados pelo mundo, o clube alemão, que adotou o apelido de “os piratas” e tem como a cor oficial o marrom, atraia uma torcida de 15 mil pessoas para ver jogos da terceira divisão (onde a média é de 200 torcedores, apenas). “A torcida faz de cada jogo um evento político, com faixas, mensagens e cantos de protestos. Seja por causas sociais, ambientais ou direitos dos animais”, diz Otto Niven, ex-atleta do clube.

Entre as ações sociais a que o clube se dedica o “Viva com Água”, projeto criado pelo ex-jogador Benjamin Adrion e mantido com doações da torcida já levou água potável para populações carentes da África, Ásia e América Central. Além de doações, o projeto conta com dinheiro de shows, festas e jogos para arrecadar fundos. Um exemplo foi o festival de artes e shows musicais, em comemoração a volta à 1ª divisão, cuja renda foi revertida para ajudar os sem-teto da região.

Pelo estatuto, o estádio não pode vender seu nome a uma marca, como aconteceu com diversos clubes, como o Bayern de Munique, PSV, Arsenal, entre outros.Patrocínios são aceitos, claro, mas devem estar de acordo com a postura política do clube em incentivar ações positivas e não mercantilistas.

E mais! No estádio, o placar ainda é manual, com “plaquinhas”. “Já pensaram em colocar um placar eletrônico. Mas a torcida rejeitou a idéia ao imaginar que provavelmente teriam que demitir o funcionário responsável pela troca dos números”.

Baseado em matéria da revista Futlance!, edição 20, de Julho de 2010;

Por Felipe Galli.

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