24 maio 2010

Capítulo 14 - Medo de Deus sair da minha caixa - O único terror saudável (Mateus 17: 6, 7)

Tó:

Capítulo 14 - Medo de Deus sair da minha caixa - O único terror saudável (Mateus 17: 6, 7)

Caixas trazem ordem ao nosso mundo. Elas guardam as coisas, sem deixar que caiam ou derramem. São mestres em conter coisas. Mas no que se diz respeito a explicar pessoas, elas falham. E no que se diz respeito a definir Cristo, não há caixa que funcione. As pessoas tentavam rotulá-lo, mas não conseguiam. Nós ainda tentamos. Coitado de nós.

Toda vez que precisamos de uma vaga ou um sinal verde, esfregamos nosso “Jesus faça-me-um-favor”. Muitas vezes esfregamos nosso “Jesus me-dá-um-dinheiro”. Muitas vezes reduzimos Cristo a um punhado de doutrinas. Achamos que Ele é uma receita, e nós temos os ingredientes. É só misturá-los corretamente e o “Jesus criado-por-mim” aparece.

Deuses do tamanho de caixas. Você os encontrará bem guardados por pessoas que preferem um Deus que eles podem administrar, controlar, prever. Em um mundo fora de controle, precisamos de um deus que possamos controlar, uma presença reconfortante que se assemelhe a um cachorro, ou um gato no colo. Chamamos e ele vem. Fazemos carinho e ele ronrona. Se pudermos manter Deus em seu lugar...

Leia Mateus 17. No versículo 6, “Os discípulos prostraram-se com o rosto em terra e ficaram atterorizados”. Esse é o medo do Senhor. A maioria dos nossos medos são venenosos. Eles roubam o sono e saqueiam a paz. Mas esse medo é diferente. “De uma perspectiva bíblica, não há nada neurótico em se temer a Deus. O que é neurótico é não ter medo, ou ter medo da coisa errada. Quando Deus é totalmente revelado a nós e ‘cai nossa ficha’, aí experimentamos a conversão do nosso medo... O ‘Medo do Senhor’ é o reconhecimento profundamente são de que não somos Deus”.

À medida que o medo de Jesus se expande, os medos da vida diminuem. Um Deus grandioso se traduz em grande coragem. Uma pequena visão de Deus não gera coragem. Um Jesus fraco, débil e impotente não tem poder sobre células cancerosas, corrupção, roubo, quebra na bolsa de valores ou calamidades. Um Jesus dobrável e portátil pode caber em uma bolsa e prateleira, mas não faz nada pelos seus medos.

Assim é com Cristo. Quanto mais vivemos nele, maior ele se tornará em nós. Não é que ele mude, mas nós mudamos; o vemos mais. Vemos dimensões, aspectos e características que nunca vimos antes. Descartamos caixas e antigas imagens de Cristo. Definir Jesus como uma doutrina ou confiná-lo a uma opinião? De jeito nenhum. Mais fácil capturarmos o Caribe com uma rede de caçar borboletas do que capturarmos Cristo em uma caixa.

No fim respondemos como os apóstolos. Nós, também, caímos de cara e reverenciamos. E, quando o fazemos, a mão do carpinteiro se estende. “Levantem-se! Não tenham medo” (Mateus 17:7).

Tchau.

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